Fazer com que o observador se identifique com ele mesmo utilizando um produto é uma das maneiras mais profundas de conexão humana entre consumidor e loja. Em uma vitrine, é possível conseguir essa conexão e é uma super experiência antes mesmo da pessoa entrar no estabelecimento.
Antes de pensar em como conseguir essa identificação, reflita:
Meus clientes são todos padronizados e iguais aos modelos de um desfile de Moda nos anos 90/2000?
Então, por que seus manequins, que, na prática, devem representar as pessoas, são todos iguais, esguios e da mesma cor?
Vamos parar de achar que a perfeição está na padronização da beleza. Isso não existe mais! As marcas estão quebrando esse paradigma, incluindo as grandes semanas de Moda. Quem continuar pensando assim, ficará para trás! Vamos evoluir! A autêntica beleza está no amor próprio, em aceitar e aprimorar as próprias qualidades e defeitos!
Os manequins podem e devem refletir as pessoas como elas são! Eles devem demonstrar que todos seus tipos de consumidores podem utilizar seus produtos. É bem mais fácil um observador se identificar com representações de pessoas comuns do que com representações de uma padronização de beleza.
A não ser que sua loja venda somente PP, P e M, não venha com a desculpa que, em manequins esguios, o caimento da roupa fica melhor. No caso, o look não fica bom por causa da qualidade do manequim mesmo.
Vivemos em uma sociedade capitalista querendo ou não, todas as pessoas são consumidoras, inclusive quem é adepto do lifestyle minimalista. Então, em uma vitrine, para que continuar vendendo produtos voltados apenas para um tipo de beleza considerado erroneamente como padrão?
Vamos a alguns exemplos de marcas que já aderiram à importância da identificação através do manequim, independente das condições físicas:
MISSGUIDED
A varejista britânica já é adepta dos mais diversos biótipos de manequins e não parou por aí! Adotou também manequins com marcas corporais como estrias, vitiligo, sardas. Segundo a marca, eles celebram o poder de ser você mesmo e a confiança na própria pele.
JCPENNEY
A americana adotou cinco manequins inclusivos em uma campanha para chamar a atenção para a imagem do corpo e a história por trás dela. Cada um representa uma pessoa:
— Dawna Callahan: usa cadeira de rodas devido à paralisia;
— Neil Duncan: ex-paraquedista do Exército que perdeu partes das duas pernas em uma explosão no Afeganistão;
— Ricardo Gil: portador de nanismo;
— Desiree Hunter: ex-jogador de basquete que perdeu parte do membro superior;
— Beth Ridgeway: portadora de obesidade.
NIKE
Desde o ano passado, a marca passou a incluir manequins de diversos biótipos e condições físicas.
PRO INFIRMIS
Não é uma marca, mas uma organização suíça. Desenvolveu uma série de manequins baseada nos corpos humanos com tipos de deficiência física. A campanha, intitulada “Because who is perfect? Get closer”, reflete a obsessão por um certo padrão de beleza, imposto pela sociedade moderna.
Para encerrar, impossível não se emocionar com o vídeo:
E não se esqueça:
Do limão à limonada, sempre!
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